Para empezar

O Decreto nº 7.053 de 23 de dezembro de 2009 define a população em situação de rua como grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.

A rua não é ausência de cidadania — é prova de que ela falhou.

Acreditamos que ninguém escolhe viver na calçada. Ninguém pede para ser invisível. O que muitos chamam de “abandono” ou “vadiagem” é, na maioria das vezes, o resultado de despejos forçados, vínculos rompidos, políticas públicas mal aplicadas e um ciclo persistente de exclusão.

O que autoridades rotulam como “remoção” ou “requalificação urbana” é, muitas vezes, a tentativa de apagar os sinais visíveis da desigualdade. Mas onde o poder público tenta limpar, o Solidaritas quer iluminar.

Existimos para interromper o ciclo de desinformação, medo e indiferença. Acreditamos em um jornalismo que escuta antes de julgar, que informa para transformar e que dá visibilidade a quem foi sistematicamente empurrado para fora da cidade, da política e da linguagem.

Não somos caridade. Não somos assistencialismo. Somos ponte.


Entre a cidade que se diz justa e a cidade que expulsa.
Entre quem ignora e quem finalmente enxerga.

Trabalhamos para construir um novo imaginário sobre quem vive nas ruas. Damos rosto ao estigma, corpo à política e voz à exclusão. A rua fala — e o Solidaritas está aqui para que ela seja ouvida com respeito, contexto e coragem.

Informação é moradia simbólica. Palavra é abrigo. Escuta é política pública.

Solidaritas: informação que desarma o preconceito.

avatar de autor
Cláudio Cordovil es periodista e investigador en salud pública con una carrera marcada por la escucha activa y el compromiso con los derechos sociales. Trabajó durante décadas en la prensa generalista y hoy investiga las desigualdades estructurales, centrándose en las poblaciones marginadas, como las personas que viven con enfermedades raras. Es funcionario de Fiocruz desde 2015. Es editor del boletín "Bioética para todos" y creador del blog "Academia de Pacientes". En Solidaritas, Cláudio escribe sobre aquellos que viven en los márgenes pero merecen estar en el centro de las políticas públicas. Busca desenmascarar los engranajes de la exclusión urbana con ojo periodístico y escucha social. Cree que la información es refugio y la palabra una herramienta para la justicia. Es doctor en Comunicación y Cultura. Vive en Río de Janeiro, pero escribe con los pies en la calle.
es_CLES
Periodismo público sobre la vida en la calle
Este es el texto por defecto para la barra de notificaciones